Por Lucas Carniel
Outro dia, numa aula de Sociologia da escola que estudo, veio à tona o assunto sobre a legalização da maconha. Tal qual não foi minha surpresa quando vi que a maioria dos meus colegas de classe são favoráveis ao uso da planta, afinal, ela tá tão alastrada no país e pelas mais diferentes classes sociais, que não faria mal nenhum liberá-la de uma vez, pois, os impostos gerados em cima de sua comercialização, poderiam ser revertidos em clínicas de recuperação alegaram eles.
Na hora não me ocorreu e mesmo que me viesse à mente não iria falar nada (às vezes é bom ficar quieto). Mas por acaso a liberação não iria aumentar o consumo? E mesmo que não aumentasse (pois iria aumentar a fiscalização, dizem os favoráveis. Burrice na minha opinião) o uso legal da maconha não seria porta de entrada para drogas mais pesadas, como haxixe, êxtase, cocaína e tantas outras, dificultando mais ainda a recuperação do viciado? Além disso, o comércio ilegal, aquele que não incidiria nenhum tipo de imposto, não iria morrer com a legalização, pelo contrário, aumentaria, pois a lucratividade para o traficante seria maior do que para o comerciante legal da droga que teria de pagar os impostos religiosamente.
Para não cometer o erro da hipocrisia não encherei o saco de vocês falando sobre minha experiência ou não-experiência com a cannabis, tão pouco farei aqueles sermões que tudo mundo tá mais do que acostumado a ouvir. Tentarei apenas levar informação e fazer com que vocês tirem suas próprias conclusões.
Esse papinho ridículo de “legalize já, uma erva natural não pode te prejudicar” é uma das maiores asneiras que ouvi em toda minha curta vida. Por acaso, o veneno que matou o maior filósofo da história, Sócrates, a cicuta, é uma plantinha, uma erva natural lindinha, bem cuti-cuti, que tipicamente, após uma hora da ingestão, causa a morte da pessoa, antes, porém, faz ela sofrer com dores de barriga horríveis (bem maior do que aquela que te deu quanto comeu melancia com leite e depois lavou a cabeça no banho. Quem não manda escutá a mãe?).
A segunda maior asneira que muito se ouve dos defensores da legalização da mardita é que ela não vicia (rsrsrsrs parece piada). Não vicia o cidadão que não fuma. Por mais que possa ser considerada um entorpecente leve, a cannabis causa dependência e, como já disse antes, serve de porta de entrada para drogas muito piores.
A terceira asneira é que a maconha faz bem para a saúde. Como diria meu personagem favorito dos livros, Forrest Gump, “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, ou como diria um amigo meu, “não confundamos centavos novos, com sentar nos ovos”: a medicina até pode fazer uso de uma ou outra substância ativa da maconha e pode até encontrar elementos medicinais que, porventura, acabem por fazer bem no tratamento de algumas doenças, mas esse é o principio básico: quem nunca ouviu falar em Ciências, que o que diferencia o veneno do remédio é a quantidade que é ingerida?
Tornar a ervinha do capeta legal ou não, pelo menos para a minha limitada inteligência, não é uma questão de liberdade, como pregam os defensores da... digamos assim, causa e sim uma questão de saúde pública. E não me venham com esse papinho besta de que cada um sabe o que é melhor para si, que não vai colar.
Trabalhando em jornal a gente acaba se deparando com muitas histórias de pessoas que matam, roubam, furtam e fazem uma montoeira de barbaridades pra conseguir nem que seja uma grama da droga que é viciada. Conheci um homem, há alguns meses, que sofria com alcoolismo. Aliás, não apenas ele, como também a mulher, os cinco filhos, amigos mais chegados (ou os que sobraram). Ele sabia que era um homem doente, que deveria manter-se longe da cachaça a todo custo. Com certeza, nenhuma pessoa nessa mesma situação colaria cartazes nas ruas ou promoveria marchas incentivando a liberação do consumo de qualquer substância que destrua as faculdades mentais de seu usuário.
A corrente favorável virá me xingando, me chamando de quadrado e dizendo que em muitos países, inclusive de Primeiro Mundo, a droga é liberada, tais como Holanda, Bélgica, Alemanha (onde, inclusive, a cocaína é livre, o que aumentou consideravelmente seu uso) e Jamaica. Mas que chances isso teria de dar certo num país de dimensões continentais, como o Brasil?
Eu, pelo menos, não acharia nada legal se fosse dar uma volta no quarteirão de minha casa e visse meus vizinhos dando umas tragadas e ficando doidões. Gostaria menos ainda se visse minha irmã (já falei dela aqui, né?) com um baseado na boca e dizendo com aquela voz embargada: “Pô, mano!!!! Você não curte uma parada legal, não? Não qué pirá o cabeção, não??? Otááááário, hihihihihi!!!!!”. E acharia o cúmulo se um lazarento quisesse me vender um produto desses como se fosse a coisa mais natural do mundo. Já pensou como seriam as campanhas publicitárias (se é que elas poderão existir para esse tipo de produto) “Prove um cigarrinho do capeta e sinta-se nas nuvens” ou “Dê uma tragada e esqueça de todos os seus problemas”.
Mas eu estou falando aqui como se fosse uma coisa eminente e que estivesse logo ali, no mês que vem . Acredito que podem realizadas milhões de marchas e manifestações que a maconha jamais será legalizada. Se esse pessoal, que se empenha com tanta vontade pela conquista de suas reivindicações, canalizassem essa união e força de vontade para uma coisa mais justa viveríamos num país infinitamente melhor. Olha só: ao invés de “Legaliza a maconha já!!!!!”, eles erguessem as bandeiras de “Vamos acabar com a fome do mundo”; “Morte aos políticos corruptos” ou então “Vamos salvar o meio ambiente”. Não seria bem mais bonito? Quem sabe até eu, geralmente um cara bem discreto, tímido e que detesta qualquer tipo de atenção, pararia de escrever artigos de opinião como esse, e sairia às ruas com o pessoal, berrando à plenos pulmões estas causas que são muito mais justas.
P. S –O blog ficou muito mais massa assim : }
Lendo 1984 nas entranhas da baleia
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