quarta-feira, 8 de abril de 2009

Rodrigo Castellani e a Radiophonics




Giancarlo Rufatto

Se existe um cara que deveria ter sua carreira musical reconhecida no estado Paraná, este cara é Rodrigo Castellani – vocalista e guitarrista da banda Radiophonics.

Ouço falar deste rapaz e de suas bandas desde que tinha 15 anos e estudava no Cefet de Pato Branco – no sudoeste do estado. Digão - alem de ser um ótimo compositor, é o melhor cantor que eu já vi cantando rocks em português, faz parecer fácil o ato de subir e descer oitavas da voz. Na época, enquanto estava por ai brincando de carrinho, o rapaz já estava gravando seus primeiros trabalhos com a Camonha – uma banda grunge bem nos moldes de Soundgarden e Pearl Jam. O Camonha sobreviveu até meados de 2000, gravou algumas demos (e participou da mesma coletânea “poprock mania” que a minha banda da época – a Julian Trip) e um cover de Fuscão Preto – um clássico do nosso cancioneiro popular.

Escudado por seu irmão Rafael Castellani, em meados de 2001 a Camonha passou a se chamar Supersonique e esta foi a melhor banda que a região mais pobre do estado do Paraná teve (posição esta disputada páreo a páreo com a Eu e Mais Dois). Gravaram dois discos, o primeiro – “O Monstro mais popular entre os seus fantasmas” chegou a tocar em rádios da região, foi base para vários shows que vi em todas as bibocas que abriam e fechavam sempre nos mesmos pontos das cidades de Pato Branco e Francisco Beltrão. A produção ruim do primeiro disco foi consertada no segundo “Dinastia Invisível”, um ótimo disco de rock cheio de hits radiofônicos (ouça “docinho” no Myspace e comprove o tino pop), mas que infelizmente quase ninguém ouviu.

Atribuo grande parte do ostracismo e do desconhecimento da existência de música pop feita nesta região ao deslumbramento e a total falta de know-how dos próprios músicos para com as manhas do entretenimento. Caras como Otavio Keulbeck (que também fez parte da Supersonique) que, em seus shows se apresenta para centenas de pessoas, é sucesso regional - dentro de um raio de mais ou menos 200km - mas ninguém no ramo da música pop fora informado de sua existência até hoje. É como se houvesse uma barreira invisível que impedisse os músicos e suas canções de cruzarem o estado. Com o Supersonique o processo foi o mesmo, ótimos músicos com ótimas musicas, mas que falhavam na etapa seguinte – a da divulgação e, isso nos leva à Radiophonics, banda que Digão montou após o fim da Supersonique.

A banda acaba de lançar uma bela canção no Myspace - Mosaico que provavelmente será um sucesso na região sudoeste, mas e fora dela?

(...)

Um comentário:

Anônimo disse...

Admiro muito essa galera. O Digão tem talento e carisma de sobra, o Marcelo tem uma técnica incrível e é lindo, o Brod, gente boa, o Jabuti... bom,,, arranha uma guitarra! ahiuahuihui...
enfim, a Radiophonics merece todo o reconhecimento do mundo. Torço por eles, torço pelo sucesso!
abraços radiophônicos.