segunda-feira, 22 de junho de 2009

Radiophonics, um mosaico de possibilidades


O principal lema do punk “do it yourself” há tempos não é mais exclusividade do gênero eternizado pelos Sex Pistols e The Clash. O tempo passou, muitas coisas mudaram, e a frase obteve significado cavalar em outros estilos e é certeira quando se fala em bandas que estão iniciando a carreira artística.
A Radiophonics, formada em 2005 no Sudoeste do Paraná, tem esse conhecimento cravado em seus pedais, bateria, baixo e guitarras, assim como nos cubos sônicos que esbravejam o som esperto e sem medo de rotulações.
O grupo tem como integrantes o guitarrista e vocalista Digão, o baixista Brod, o baterista Marcelo e o guitarrista Jabuti, músicos experientes que já tocaram em outras bandas de renome da região paranaense, sempre fazendo shows nas cidades de Pato Branco e Francisco Beltrão. Aos poucos, eles estão conquistando novos espaços, como na capital Curitiba, onde tocam todas as sextas-feiras no Sheridan’s Irish Pub.

“Mosaico”
Cabe tudo um pouco nas referências eloquentes da Radiophonics, com destaque no liquidificador sonoro as bandas The Beatles, Oasis, Los Hermanos, The Who, Coldplay, Radiohead, Stereophonics, Echo and The Bunnymen e Travis.
As alusões dessas bandas podem ser facilmente percebidas no CD demo do grupo, “Mosaico”, trabalho que está sendo divulgado e distribuído pelos locais onde tocam. Algumas das canções podem ser encontradas no
www.myspace.com/radiophonics.
Gravado no esquema “faça você mesmo”, as músicas próprias apresentam um apelo pop sem serem pasteurizadas. Certos arranjos se mostram crus de um propósito que se enquadra em adjetivos positivos, como na canção “Único Amor”, uma balada de melodia grudenta, que cresce nos tímpanos durante os berros do vocalista Digão.
Na bolachinha também se encontra a já clássica “Eulália” e as músicas de trabalho “Mosaico” e “Ela Me Faz Pirar”, que tem todas as qualidades para tocar no rádio, estar no playlist de iPods, ser tema de folhetim ou trilha para algum filme do Jorge Furtado.
A Radiophonics, com o seu trabalho autoral, está seguindo, continuando e driblando, acompanhando os passos que muitos outros já pisaram e provaram ser possível. Agora, para a banda, tudo é uma questão de tempo, pois o caminho já começou. Se houver erro, não será de percurso, mas de equívocos da indústria cultural.


Leonardo Handa – Jornalista e cronista

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo Mello Campos disse...

Grandes caras.

Leonardera, eu também li essa tua matéria no mural da fadep.

Abraço